Previsão da AESA é de mais chuvas em diversas regiões do Estado
Moradores
de municípios afetados pela seca no Nordeste se encheram de esperança
com a chegada da chuva, que, segundo registros pluviométricos, cai desde
a última segunda-feira (21) em várias regiões de pelo menos sete
Estados nordestinos.
Segundo
informações do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de
Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas, foram registradas
chuvas em Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte e Ceará.
A
previsão da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba é
de mais chuvas em diversas regiões do Estado. Até para o Sertão e Alto
Sertão, onde a seca castiga a maioria dos municípios paraibanos, poderá
haver chuvas isoladas. Em 24 horas na Grande João Pessoa choveu 67,8
milímetros. A média equivalente para todo mês de maio é de 282,5
milímetros.
Em
alguns casos, como do município de Luís Gomes, no extremo oeste do
sertão do Rio Grande do Norte, a chuva nos últimos dias atingiu 38
milímetros (equivalente a 38 litros por m²) e foi o suficiente para
animar os agricultores, que já começaram a preparar a terra para o
plantio de feijão e milho.
Mas
a alegria do sertanejo pode durar pouco, já que as precipitações foram
consideradas isoladas e não devem permanecer nos próximos dias. “O
período chuvoso no sertão –de fevereiro a maio— já acabou. O que ocorreu
no semiárido foram chuvas isoladas, não resolvem o problema da seca
hídrica, que já está confirmada. Ela não pode ser revertida, só ter os
efeitos mitigados”, disse o coordenador do Lapis, Humberto Barbosa.
“Não
tem como, este ano, recuperar o armazenamento hídrico nos açudes. O que
vão ocorrer agora são as chuvas no litoral. Em junho, julho e agosto
teremos perturbações que vêm da África, que podem afetar o litoral”,
informou Barbosa.
Segundo
o professor, as condições climáticas do oceano Atlântico estão ajudando
a cair chuva na região, visto os alagamento registrados em capitais
como Salvador e Natal.
“A
ocorrência de chuvas isoladas foi associada principalmente à
instabilidade gerada pela passagem de uma frente fria na região sul do
Estado da Bahia. Além disso, nota-se o aquecimento das temperaturas da
superfície do mar (acima de 26 graus) sobre o litoral, que por sua vez
intensifica a quantidade de umidade sobre esta região, favorecendo a
formação de nuvens e precipitação”, disse.
Emergência
O
número de municípios que decretaram situação de emergência por conta da
seca que castiga o Nordeste continua crescendo. Com os novos decretos
publicados esta semana, a região passou a ter mais da metade das cidades
nos nove Estados reconhecidamente atingidas pela estiagem prolongada.
Na Paraíba já são mais de 70% das cidades em estado de Emergência.
Segundo
levantamento realizado pelo UOL com as defesas civis estaduais, até a
terça-feira (22), 907 dos 1.794 municípios nordestinos já tinham
confirmado o estado de emergência, o que representa 50,5% do total de
cidades. O número ainda pode crescer, já que alguns Estados ainda estão
recebendo decretos das prefeituras.
Contudo,
segundo o meteorologista e coordenador do Laboratório de Análise e
Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas
(Ufal), Humberto Barbosa, a mensuração exata do tamanho da seca não é
possível de ser realizada.
Ele
diz que há uma série de fatores e dados que têm de ser levados em
conta. Além disso, a estiagem registrada este ano ainda não teve seu
ciclo encerrado. Governos estaduais citam que é a pior estiagem em ao
menos 30 anos.
Um
documento enviado nesta terça-feira (22) aos governadores e à
presidente Dilma Rousseff, elaborado pela ASA (Articulação do Semiárido)
–que reúne cerca de 750 entidades do sertão nordestino–, diz que o
momento enfrentado pelo Nordeste é “extremamente grave” e que a estiagem
deverá se prolongar até 2013. “Desde o ano passado não chove o
suficiente para acumular água nas cisternas para consumo da família e
para a produção.
O
quadro atual é grave! Há que se priorizar o socorro imediato às
famílias que estão sem água, mas há a mesma urgência em investir em
ações estruturantes para que essas famílias possam enfrentar os períodos
de longa estiagem, cíclicos e previsíveis, sem passar fome ou sede”,
alega a ASA, cobrando ações de convivência do sertanejo com a estiagem e
políticas públicas que minimizem os tradicionais ganhos da “indústria
da seca”.
Fonte: Mais PB
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