A
presidente Dilma Rousseff não quer passar o feriado da Independência em
branco, sem fazer nenhum anúncio que amenize os indicadores ruins de
recuperação da economia. Por isso, deve divulgar, antes do dia 7 de
setembro, um novo pacote de estímulo à indústria. Dessa vez, a
desoneração de impostos será no setor elétrico, para reduzir o valor das
contas de luz.

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Nós iremos fazer um conjunto de medidas para garantir a redução dos
custos de energia elétrica baseado em duas coisas, baseado na reversão
das concessões (…) e também através de redução dos encargos.
Indústria comemora desoneração
Os
industriais esperam uma redução média entre 10% e 20% no custo da
energia elétrica. O secretário-executivo do Conselho de Infraestrutura
da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Wagner Cardoso, espera um
pacote grande. Segundo ele, a medida terá impacto na recuperação da
indústria ainda este ano.
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Esperamos um impacto ainda em 2012, se houver redução de impostos e
encargos setoriais. Cada empresa vai sentir o impacto de uma forma, mas
vai ser excelente, na direção de aumentar a competitividade da
indústria.
O
especialista acredita que não será uma redução linear – uma única taxa
para todos os setores – e que o governo vai levar em consideração as
especificidades de cada segmento da indústria. O setor de alumínio, por
exemplo, é o que mais usa energia no processo produtivo – 40% do custo
total são de energia elétrica, segundo a CNI.
Contas de luz de residências também devem ficar mais baratas
Para
reduzir o custo da energia elétrica para a indústria, o governo terá de
reduzir encargos que também incidem na conta de luz do comércio e das
residências.
É
o caso do PIS/Cofins, por exemplo. Atualmente, 9,25% do valor total da
conta de luz são referentes a esses impostos. Ou seja, numa conta de R$
100, R$ 9,25 são encargos que vão direto para os cofres públicos da
União.
É
com esse dinheiro que o governo planeja o orçamento e financia
programas de educação, segurança e saúde por exemplo. Se decidir reduzir
essas taxas, a arrecadação diminui. Mas, na opinião do advogado
tributarista, Lázaro Rosa, o impacto será pequeno.
—
Esses quase 10% de redução na conta de luz não vão representar nem 2%
menos na arrecadação. Tudo vai depender da vontade política do governo,
porque tem margem para reduzir até mais de 10%. Sempre tem uma
gordurinha que pode ser cortada.
O
imposto que mais pesa na conta de luz é o ICMS (Imposto Sobre
Circulação De Mercadorias e Prestação de Serviços). Em alguns estados,
com em São Paulo, se o valor total de uma conta é R$ 100, R$ 25 são de
ICMS.
Mas
nesse imposto a presidente Dilma não pode mexer. A alíquota varia de
estado para estado e o dinheiro vai pros cofres dos governadores.
Portanto, para reduzir a taxa de ICMS, é necessário que todas as
unidades de federação aceitem arrecadar menos. Para o economista Clóvis
Panzarini, ex-coordenador da Administração Tributária da de São Paulo,
esse acordo é impossível.
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Em média 15% da receita dos estados são de ICMS da energia elétrica,
eles não vão abrir mão disso. Pra diminuir essa arrecadação, seria
necessário cortar despesas. Isso é uma guerra perdida.
Negociação com concessionárias de energia
Como
a redução do principal imposto de energia elétrica não depende da
vontade do Planalto e sim dos governadores, a presidente vai negociar
redução de tarifas com as empresas concessionárias de energia elétrica.
A
maioria das concessões vence em 2015. Um corte no custo da distribuição
pode ser uma das condições para que as empresas consigam renovar os
contratos.
Do R7
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